domingo, julho 07, 2013

Das vidas paralelas

Calma, eu explico. Sim, "das vidas paralelas". Quem não as tem? Acredito que toda vez que fazemos uma escolha ou vamos tomando o rumo "traçado" pelas oportunidades se apresentam pra nós, vamos de certa forma criando uma vida paralela repleta de "e se" e verbos no futuro do pretérito. Toda uma conjugação de hipóteses. Pelo menos comigo é assim...
Cada vez que decido algo que considero importante,  é tiro e queda. Dê mais um bocado de tempo e voilà: meus "e se" (s) aparecem. 

E se eu não tivesse aceitado aquele convite sem pé nem cabeça de te acompanhar naquele dia? E se eu tivesse entendido todos aqueles impedimentos como um obstáculo real? E se eu não tivesse tido coragem o bastante?

Se isso tudo tivesse acontecido, não seria a mesma a lhe escrever agora. As oportunidades e escolhas descartadas constroem minha vida paralela.  Isso faz a vida misteriosamente interessante. Todas as possibilidades que tive de ser outra, mas ao fim ter escolhido ser quem sou agora. Ainda num longo processo de reconhecer possibilidades que -mesmo improváveis- podem dar certo, de adaptação eterna com o diferente. Instalada numa realidade continuamente criativa e antropofágica, com a melhor referência a Oswald Andrade. As vezes me foi exigido a mudança de perspectiva para fazer minha seleção cotidiana mais eficaz em planos concretos. Com isso, relativizei até  minha antiga percepção de ciúmes - esse filho bastardo do amor, que por cá em minhas terras tupiniquins me juraram ser normal em doses concentradas.

Por momentos, pouco relutei em minimizar os efeitos dos pensamentos hipotéticos e me deixei levar. Carregada para projeções futuras, subitamente pessimistas, descartando as inúmeras dificuldades que já havíamos ultrapassado. Talvez esse seja um problema pessoal com relação às minhas vidas paralelas: um possível ceticismo com as futuras projeções. Meus "e se" (s) do passado parecem idealizações típicas de happy ever after, já as futuras... Filmes de terror, talvez. Pode ser porque nunca  tive um "grande amor" antes, mas é diferente. Acredite, é diferente. Tudo sempre é.

Daí, minha conclusão. Tudo começou encaminhado pra dar errado, mas estamos aqui. E juntos, contrariando a matemática com seus vários 0 à esquerda. Ainda bem que não acredito nessa exatidão. Não me lembro onde li, perdão, mas ainda é válida a citação "o amor até onde não tem cabimento".Minha memória conhece cada traço e expressão sua, fotografou mentalmente nossos momentos mais simples e gostosos. Tudo que parecia errado nos trouxe até aqui. Que sorte de infortúnio, não?


Só de um "e se" eu ainda não consegui me livrar: E se você estivesse aqui comigo agora?

sábado, maio 25, 2013

Novas tentativas

Eu não acreditei que voltaria, mas voltei. A gente sempre acaba voltando. Já faz um ano da última postagem. Meu perfil, pelo que considero, permanece a mesma coisa. A foto mudou, já 3 anos mais velha, eu tinha algumas linhas de expressão para atualizar.

Sempre acabo por ressuscitar o blog quando sinto algo incomum. Uma tristeza nova para fingir aqui, ops... escrever.  Um sentimento que ainda não encontrei forma de expressar- ou pelo menos neutralizar- por um outro viés. Isso, neutralizar é melhor! Não gosto quando sentimentos avassaladores me tomam. Ou talvez eu goste, mas só dos bons. Tristeza não, saudade não. Para isso venho aqui: n-e-u-t-r-a-l-i-zá- los.

Não quero me alongar. Só que sempre que dou as caras a tapa aqui de novo, fico com essa vontade de introduzir para depois escrever normalmente. Mania de introduções. Quem precisa delas?