Para quem já assistiu ao filme '500 Days of Summer' (ou, em português, 500 dias com ela) deve estar começando a entender o que quero dizer com essa imagem e com o título do post. Muito simples, gostaria de me certificar de que não sofro desse problema sozinha.
Vou usar a primeira pessoa do singular, pois somente expondo dessa forma posso comprovar conhecimento de causa. Não sou uma pessoa lacônica - aprendi essa palavra recentemente e quer dizer "breve resumida, concisa, exata" -, dou voltas para tentar explorar melhor a situação antes de um possível clímax. Essa é a melhor maneira que encontro para dizer o que quero e da forma que me apetece.
Talvez isso que escrevo já tenha acontecido com você. Talvez não. Nessa situação, não creio que exista muita disparidade entre homens e mulheres - o filme 500 days of summer, por exemplo, pode ser catártico para ambos os sexos.
Para mim, projetar expectativas nas pessoas já é algo corriqueiro, comum em grande parte das vezes - principalmente em relacionamentos que não vingam. Sei que não é o melhor a fazer, mas não controlo minha mente(é, as vezes ela é um caos). Isso ocorre de forma tão exagerada que chego a criar um personagem completamente diferente da pessoa real, mas são mais raras essas ocasiões ( esses casos apresentam-se mais em alguma forma de 'amor platônico', coisa de algum tempo atrás, mais infanto-juvenil).
Na verdade, faz certo tempo que não "trabalho" mais em modificações e reconfigurações de personalidades. Agora meu ramo é outro: acontecimentos. Assim como o protagonista do filme, Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt), eu crio muitas expectativas em encontros e acontecimentos - se quiser assistir ao trecho do filme, clique aqui.
Como você pode estar percebendo, afogar-se -de propósito- em um mar de ilusões é procurar frustrações. A estória, então, não poderia tomar outro rumo senão esse. Frustrações com relacionamentos que não acontecem, com situações que fogem daquilo que foi imaginado, com condições adversas que provocam constrangimentos... Eu poderia citar inúmeras outras consequências, mas preferi começar a entender o porquê faço isso e tentar melhorar.
Depois que deixei para trás as idéias cristalizadas e falsas dos romances perfeitos e das comédias românticas clichês de finais felizes previsíveis, tornou-se mais fácil entender o que devo fazer daqui para frente. Entendo melhor, hoje, que a função dessas projeções em outras pessoas era servir como escudo para o meu medo de envolvimentos afetivos; medo de dependência amorosa.
Ainda tenho medo desse último, não creio que seja saudável para uma relação - assim como o ciúmes que para mim não tem nada a ver com amor, sim com posse do outro. Temo entender-me como metade e procurar uma outra para que me complete, tal tese é defendida pela maioria das idéias românticas que conheço. Entretanto, não sei se consigo compreender minha totalidade, adotar outra tese: preciso de um companheiro/parceiro e não uma tampa para minha panela, a metade da minha laranja. Desde que me entendo por gente, sei que sou completa. Acho que não falta nenhum pedaço, metaforicamente falando, em mim, mas é difícil reconhecer-se completo.
Acho que é isso.
Então, se ainda não assistiu ao longa sobre o qual falei tanto no post, assista. Se já assistiu, ou só leu o post e viu o vídeo, reflita. Diga-me: o que acontece com você?
P.S.: Ainda esperava o dia em que alguém abriria meus olhos cantando uma música da pitty que demorei muito tempo até gostar e entender que serve de fala às pessoas que sofrem as expectativas: Não é minha culpa sua projeção... (Pitty - me adora).
Eu que tenho que resolver isso. - Não, não é nada com você. O problema é/era comigo.
Beijos & Abraços. Tenham um bom dia e perdoem o excesso de subjetividade.



1 comentários:
Parabéns! Foi tudo, sobretudo no meu ponto de vista, muito bem colocado.
Postar um comentário